05 novembro 2006



Rev. Thiago Rocha
MEU CRISTO

Neste mundo há muitos Cristos: de várias cores, de vários tamanhos. Cristos feitos, Cristos inventados, Cristos moldados, Cristos deformados, Cristos tristes, Cristos desfigurados. Há Cristo para cada gosto, cada interesse, cada objetivo, cada projeto. Há o Cristo das belas artes: um motivo, como tantos outros, para expressar uma forma, ou exibir uma escola pelo próprio homem criada. É Cristo para se ver, apreciar ou criticar, para exaltar o autor, seu talento sua invencionice. É um Cristo despido de autoridade, sem expressão, sem divindade. Há o Cristo da literatura, da prosa, do verso, da forma, do estilo, do livro famoso, do "best-seller". É um Cristo pretexto, que serve de texto, dentro de um contexto, que ajuda seu autor a faturar mais, e ser mais lido e procurado. Há o Cristo das cantigas: deturpado, maltratado, irreverentemente tratado. Aparece na crista das ondas, estoura nas paradas, é cantado nos salões, e circula, aos milhões, como mercadoria, para enriquecer as empresas. É um Cristo de algibeira, fabricado como produto de consumo. Há, até, o Cristo do cinema e do teatro. Sucesso de bilheteria... É a explosão da arte moderna fazendo a caricatura da maior personagem da história. É o Cristo musicalizado, encenado, maquinalizado. É Cristo para espetáculo, para os olhos, para os ouvidos, para o lazer e a higiene mental. Há o Cristo do crucifixo: de pedra, de mármore, de madeira, de metal... É Cristo para a parede, para o colo da mocinha, para o peito piloso do rapaz excêntrico. É apenas ornamento, ou simples decoração. Embora alguns lhe prestem culto, ele não vê, não ouve, não entende. Há o Cristo dos teólogos: difícil de entender, complicado. É Cristo para eruditos, para cultos, privilegiados. É só para ser discutido, dissecado, analisado, e aceito intelectualmente. Não modifica, não transforma, não regenera, não muda. É Cristo-aristocrata, de elite. Há, também, infelizmente, o Cristo de certos cristãos, que ainda o tem no túmulo. É Cristo crucificado, morto e sepultado, e ainda conservado na tumba dura e fria. É um Cristo que não vive, porque seus adoradores ainda estão mortos, e não despertaram para uma vida nova, a vida do próprio Cristo, da qual, lamentavelmente, ainda não se apossaram. O MEU CRISTO não é nenhum desses. O meu Cristo é o Filho de Deus, que foi encarnado, viveu, sofreu, foi condenado, morto e sepultado, por causa de meus pecados. O meu Cristo não ficou preso na sepultura escura. Ele ressuscitou, subiu aos céus. E reina, à direita do Pai. O meu Cristo é respeitado, admirado, cultuado, adorado, porque está vivo, bem vivo! O meu Cristo vive nas palavras que proferiu. O meu Cristo vive nos ensinos que deixou. O meu Cristo vive nos atos que praticou. O meu Cristo vive na obra que realizou. O meu Cristo vive nas almas que Ele salvou. O meu Cristo vive, eu sei bem disso, e não tenho nenhuma dúvida, o meu Cristo VIVE EM MIM!

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